O Clube da Esquina marcou época e fez história não só na música mineira, mas do Brasil, servindo de referência até hoje para cantores e artistas que se inspiram neste grupo de jovens amigos artistas, responsável pela produção de dois discos icônicos.
Formado inicialmente por Milton Nascimento e os irmãos Borges (Lô, Marilton e Márcio), o Clube da Esquina foi atraindo outros grandes nomes, entre instrumentistas, compositores e cantores, como Fernando Brant, Toninho Horta e Beto Guedes, projetando muitos deles em carreiras individuais posteriormente.
Que tal conhecer um pouco melhor essa história e entender esse fenômeno da nossa música popular que atravessou gerações, conquistando reconhecimento internacional?
As origens do Clube da Esquina
Quando Bituca (apelido de Milton Nascimento) se mudou de Três Pontas, onde morava com a família, para estudar e trabalhar em Belo Horizonte, ele conheceu e começou a frequentar a casa dos Borges, passando a tocar com os irmãos nos bares da cidade.
A esquina entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis, no tradicional e boêmio bairro de Santa Tereza, era o ponto de encontro dos amigos na década de 1960, o que explica a origem do nome dos dois discos produzidos por eles.
Embora haja certa confusão conceitual, já que não se trata de uma banda, nem de um movimento musical exatamente — além de ter tido uma alternância de participantes —, o Clube da Esquina foi um marco importante para a MPB, desenvolvendo um estilo musical bastante original e inovador para a época.
Os principais sucessos
Havia, ao mesmo tempo, um “quê” de despretensão e uma qualidade musical apurada, mesclando jazz, música caipira (folia de reis e congado), bossa-nova e rock progressista.
As letras falam de amizade, refletindo justamente o contexto em que foram compostas, e apresentam uma crítica sociopolítica indireta, considerando o momento de censura e repressão que permeava a ditadura militar vigente na época — o primeiro LP, “Clube da Esquina”, foi lançado em 1972, e o segundo, “Clube da Esquina 2”, em 1978.
Aspectos da cultura mineira também foram retratados nas canções, como em “Paisagem da Janela”. Outras composições célebres do grupo foram: “Azul da cor do mar”, “Um girassol da cor dos seus cabelos”, “Cais, “Cravo e Canela”, “Travessia” e “Maria, Maria”.
Turnê Clube da Esquina 2019
Este ano, Milton Nascimento decidiu fazer uma turnê de despedida de sua carreira, homenageando um de seus feitos mais importantes, que foi justamente o Clube da Esquina.
A abertura da turnê foi em Juiz de Fora, cidade onde ele vive atualmente, passando depois por algumas capitais brasileiras — São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba — e outras europeias — Paris, Madri, Zurique, Amsterdã e Lisboa, além da cidade do Porto, em Portugal.
O encerramento será no domingo (15/12) em Belo Horizonte, com muitos convidados especiais: Maria Gadu, Criolo, Maria Rita, Samuel Rosa, além de três dos participantes do grupo: Lô Borges, Flávio Venturini e Wagner Tiso.
O legado deixado pelo Clube da Esquina para a música e a cultura mineira e brasileira continua relevante mesmo após tantos anos, representando a mineiridade e a brasilidade de forma única e atemporal.
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