9 estilistas mineiros de sucesso

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A boa fama da moda mineira já ganhou o Brasil. Bom gosto, criatividade e sofisticação é o que não falta por aqui — tanto que alguns dos estilistas mais aclamados da atualidade foram de Minas para o mundo!

A tradição das costureiras e bordadeiras de mão cheia, que são verdadeiras artistas e fazem roupas sob medida — algo não tão comum em outros estados e regiões, principalmente nos grandes centros urbanos — foi um dos fatores preponderantes para tamanho sucesso. 

Conheça agora estilistas mineiros de sucesso, que se consagraram e contribuíram para projetar Minas na cena da moda brasileira e internacional!

Patrícia Bonaldi

Natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a estilista Patrícia Bonaldi se tornou um grande ícone da moda festa no Brasil. Os bordados exuberantes e delicados ao mesmo tempo são a marca registrada dela. Tecidos como tule e seda, combinados a cortes e modelagens clássicas, com um toque de sensualidade, também são características marcantes dos glamourosos vestidos de festa assinados por Patrícia, vendidos inclusive no exterior.

Em 2012, a estilista criou também a PatBo, definida como uma marca mais autoral, com peças para diversas ocasiões e uma pegada mais jovem e contemporânea. As roupas de suas duas marcas vestem blogueiras e celebridades nacionais e internacionais.

Hingrid Sathler 

A designer de moda já passou por marcas como Coven, Faven, Tereza Santos, Alphorria e Arte Sacra. Especializada em alta costura, hoje tem sua própria marca de vestidos de noiva.

Hingrid tem expertise em moulage e se destaca por suas notáveis habilidades manuais para bordados e aplicações em renda. A personalização é o diferencial de seu trabalho, para o qual ela busca inspiração em suas paixões: livros, viagens, design e arte.

Ronaldo Fraga

Formado em Estilismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ronaldo Fraga se tornou um dos mais importantes nomes da moda brasileira, com presença cativa nos principais eventos do setor, como a São Paulo Fashion Week (SPFW).

Irreverentes, suas criações também costumam ter uma pitada de crítica social e política. Trabalhos manuais, com muito bordado e renda são fortes características.

Fraga fez carreira internacional e é um grande divulgador do Brasil no exterior, além de promover projetos sociais e criar coleções em parceria com artesãs de comunidades de diferentes regiões do país. 

Ele já foi homenageado por uma escola de samba de Belo Horizonte devido à relevância de seu trabalho, tendo sua trajetória contada no samba-enredo “Memórias de um Estilista Coração de Galinha”, da Canto da Alvorada, no Carnaval de 2020.

Em BH, mantém o espaço Grande Hotel Ronaldo Fraga, que abriga diferentes marcas criativas locais e uma cafeteria, com curadoria de Ivana Neves, sua esposa.

Renato Loureiro

Foi um dos fundadores e participante atuante do Grupo Mineiro de Moda, criado nos anos 80 e que teve um papel importante para fortalecer e projetar os estilistas mineiros na moda nacional. Renato Loureiro é estilista autodidata, tendo sido influenciado pelas costuras de sua mãe. 

Em suas criações, exclusivas para o público feminino, há referências mineiras, inspiradas no artesanato regional. O uso de patchwork, a influência do japonismo e a atemporalidade das peças, vendidas em inúmeras multimarcas espalhadas pelo Brasil, são algumas de suas marcas registradas.

Ele ainda mantém um ateliê próprio na capital mineira, onde desenvolveu boa parte de seu trabalho. Também esteve presente por vários anos nas passarelas da SPFW, recebendo diversos prêmios e reconhecimento por suas coleções.

Victor Dzenk

Reconhecido como um mestre em estamparia, o estilista mineiro Victor Dzenk iniciou no mundo da moda bem cedo. Filho de uma costureira e de um dono de armarinho, tinha ainda um tio que era confeccionista, então cresceu mergulhado nesse universo de tecidos, alfinetes, botões, fitas métricas e máquinas de costura.

Suas criações foram parar nas principais revistas de moda e no corpo de celebridades da tv, da música e do cinema. Cores quentes, animais lúdicos e costuras estruturadas, que valorizam as formas femininas, dão pistas da assinatura do estilista.

João Pimenta

Um dos principais nomes da moda masculina no Brasil, o estilista João Pimenta teve uma trajetória impressionante. Ele é natural de São Sebastião do Paraíso, pequena cidade no sul de Minas, mas cresceu no interior paulista. 

Ainda menino, trabalhando como empacotador nas Casas Pernambucanas em Ribeirão Preto, apaixonou-se pelos tecidos e algum tempo depois estava montando vitrines. Aos 18 anos, partiu para São Paulo atrás do sonho de ser estilista. Mesmo sem saber desenhar ainda, conseguiu emprego como figurinista em uma loja da Rua São Caetano, a famosa “rua das noivas”, no bairro do Bom Retiro.

Entre 1992 e 1997 rodou o Brasil com a Mercado Mundo Mix, uma feira que reúne estilistas alternativos. Nesse meio tempo, foi convidado por uma agência de publicidade para desenhar as roupas para um evento da Honda. A partir disso, ganhou outros clientes como Nokia, Sony e Volvo, fazendo uniformes para ações de marketing e feiras.

João começou trabalhando com moda feminina, usando materiais inusitados e misturando tecidos de baixa qualidade com matéria-prima nobre. Dessa forma se destacou e foi convidado para a Casa dos Criadores, um evento de moda que revela novos nomes para o segmento.

Depois de já ter se firmado neste meio, voltou-se para a moda masculina, mercado em que viu grande potencial a ser explorado, por geralmente receber menos atenção e visibilidade em relação ao de moda feminina.

Ele brinca com a questão de gênero, buscando ampliar o leque de opções e dar mais liberdade aos homens para que usem peças diferentes do convencional, às vezes com referências no guarda-roupas feminino. João também busca fazer uma moda inclusiva, para diferentes biotipos.

O estilista conquistou celebridades internacionais, e em suas peças faz questão de usar elementos da cultura brasileira, com referências na tradição popular do país, como o folclore e a Folia de Reis. 

Luiz Cláudio Silva

Luiz Claudio Silva tem uma história de vida admirável e uma trajetória inspiradora no mundo da moda. Negro e homossexual, ele veio da periferia e tornou-se um dos mais respeitados estilistas do país. 

Nascido em Uberlândia, mudou-se com a família para BH ainda criança. A mãe costurava e o ensinou a pregar botões — ele e o irmão precisavam refazer o serviço quantas vezes fosse necessário até que ficasse perfeito. Mais do que técnica, Luiz Cláudio conta que aprendeu com ela que aquilo poderia ser uma forma de ganhar a vida. 

Seu primeiro emprego formal, aos 16 anos, foi em uma fábrica de cozinhas industriais. Na hora do almoço, ele cobria a recepção para atender telefonemas. Enquanto isso, desenhava. Um dia uma funcionária da empresa viu seus desenhos, achou que ele levava jeito e se dispôs a ensiná-lo a fazer desenho técnico.

Assim, Luiz Cláudio conseguiu uma vaga de projetista e em pouco tempo estava fazendo grandes projetos, o que foi decisivo para mudar o rumo de sua vida, dando o pontapé inicial em sua carreira. 

Ele, que já flertava com o mundo da moda, mas sentia que aquela era uma realidade muito distante, começou a participar de e ganhar alguns concursos no ramo, como o Smirnoff Fashion Awards. Depois, formou-se pela UFMG e trabalhou com marcas famosas até fundar a sua própria: a Apartamento 03.

Em suas peças, o designer usa modelagens elaboradas e muitos detalhes artesanais. Ele é reconhecido por seu estilo original e por sua habilidade para trabalhar com tecidos preciosos e técnicas manuais. Luiz Cláudio também luta por um mercado mais inclusivo.

Célio Dias

Célio Dias é um expoente da moda agênero (roupas para todas as pessoas, sem as distinções convencionais de guarda-roupa feminino e masculino) e explora o universo das cores, saindo do básico branco-preto-bege geralmente utilizado em coleções desse tipo, que também costumavam apresentar modelagens pouco inovadoras.

Ele nasceu em Caratinga, onde trabalhou na loja multimarcas da avó, o que despertou-lhe o encanto pelo ramo da moda. Ainda na adolescência, saiu de casa para ganhar o mundo — ou as passarelas do Minas Trend Preview e da SPFW.

Uma coleção especial de camisetas, maiôs e canecas com frases irreverentes, cores e símbolos pop fez sucesso no último carnaval, mesclando bordões da internet, com uma pitada de crítica social e política.

O “Bicha Power”, principalmente, se tornou uma espécie de assinatura da LED, a grife de Célio Dias, que acredita em moda colaborativa e com propósito. Artistas como Liniker, Ludmila, Jaloo e Rico Dalasam já vestiram suas criações.

André Boffano

Aos 16 anos, o estilista mineiro foi para Paris, onde descobriu sua vocação para a moda. Por lá, trabalhou para marcas importantes, como Givenchy e Giambattista Valli. Suas referências criativas vêm da arquitetura e da arte em geral, que ele consegue transformar em moda.

Um shape mais minimalista, com estampas gráficas, são algumas das características que se destacam no trabalho dele, que se aproxima do modern clean. Além de sua marca própria, a Modem, André é diretor criativo da Bobstore.

É muita gente talentosa, uai! Tem mais algum(a) estilista mineiro(a) que você admira e acredita que merecia estar nessa lista? Deixe um comentário, sô/sá!

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