Cerveja artesanal mineira: história e as marcas de MG

Cerveja artesanal mineira: conheça a história e as marcas de MG

Sabia que a capital mineira recebeu o título de Capital dos Bares? Além disso, Belo Horizonte foi reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa pela Gastronomia e ganhou a fama de “Bélgica brasileira” por conta da inventividade e protagonismo na produção de cerveja artesanal. Ou seja, se tem uma coisa que a mineirada entende é de comida boa e bebida de qualidade.

Nada mió que tomar uma cervejinha acompanhada de um tira-gosto mineiro, némêz? A proposta da cerveja artesanal é apreciar com atenção, apurando o paladar e  investindo também nas harmonizações com diferentes petiscos. Algumas cervejas artesanais mineiras utilizam, inclusive, ingredientes típicos locais em sua composição, como o café, a rapadura e até o doce de leite, valorizando a cultura e a culinária mineira. Trem chique, hein, sô?

Neste post, vamos entender um pouco melhor o que é cerveja artesanal, a história da cerveja artesanal mineira e algumas das principais marcas do nosso estado. Cê vem?

O que caracteriza a cerveja artesanal?

Cerveja artesanal é aquela produzida em menor escala — ainda que utilize processos industriais —, com ingredientes selecionados de origem nobre, visando proporcionar uma experiência de degustação e agradar até os paladares mais exigentes. 

O foco é na qualidade e não na quantidade — diferentemente das cervejas convencionais, que são produzidas para atender ao maior número possível de consumidores, e, por isso, a composição precisa ser mais simples, podendo conter antioxidantes, conservantes e corantes, que contribuem para diminuir o custo de produção e aumentar a durabilidade do produto.

Além disso, para ser considerada artesanal, a cervejaria não deve fazer parte de nenhum grande grupo ou conglomerado.

História da cerveja artesanal em Minas Gerais

Além de ter sido um dos pioneiros na produção de cerveja artesanal no Brasil, Minas Gerais está entre os estados que contam com o maior número de cervejarias em seu território, com destaque para as cidades de Nova Lima e Juiz de Fora.

Nos anos 1850, a região de Juiz de Fora recebeu os primeiros imigrantes alemães, que chegaram para trabalhar na estrada União, que ligava Petrópolis à Zona da Mata mineira. Em 1861, o alemão Sebastian Kunz fundou a primeira cervejaria de Minas Gerais: a Cervejaria Barbante, reaberta em 2008 por descendentes da família Kunz. 

Em 1867 foi inaugurada a segunda cervejaria de Juiz de Fora, a Kremer & Cia, uma espécie de filial da Augusto Kremer & Cia de Petrópolis, que virou a famosa Imperial Fábrica de Cerveja. No fim dos anos 1880, a região se tornou um polo de produção têxtil, recebendo novas levas de imigrantes para trabalhar nas tecelagens, cujos equipamentos eram importados da Alemanha. Entre 1880 e 1890, já havia mais de 30 cervejarias de pequeno e médio porte na região de Juiz de Fora, que se tornou o maior centro cervejeiro do país à época.

Já Nova Lima recebeu muitos imigrantes ingleses e italianos no século XIX por conta da mineração do ouro. Não se tem muitos registros de cervejarias daquela época na região, mas os ingleses tinham costume de produzir sua própria cerveja em casa — estilos de cerveja do Reino Unido eram, portanto, os mais consumidos entre os imigrantes e seus descendentes. 

História da cerveja artesanal em BH

Quando Belo Horizonte foi fundada, os irmãos Fornaciari foram convidados a transferir a cervejaria que mantinham em Nova Lima para a nova cidade, planejada para ser a capital de Minas Gerais. Tanto o terreno quanto a energia elétrica foram doados para a realização do projeto. A primeira fábrica de cerveja de BH, chamada Rhenania, foi, então, instalada no local em que atualmente funciona o Shopping Oiapoque, ao lado da antiga Usina Hidrelétrica do Rio Arrudas, que fornecia a energia para o funcionamento da cervejaria. A Rhenania virou Cervejaria Polar e, anos mais tarde, foi comprada pela Antarctica. 

Naquela época, muitos trabalhadores vieram de outras cidades do país para ocupar as vagas de emprego que surgiam na nova capital de Minas e se instalaram na região do Centro e da Lagoinha, que passaram a concentrar um grande número de bares e restaurantes, configurando a primeira região boêmia da capital mineira

Hoje, mais da metade das microcervejarias do estado estão concentradas na grande BH, que ficou conhecida como “cinturão da cevada”. Mas o interior também não fica para trás: confira as microcervejarias do interior de Minas que ocê precisa conhecer!

Marcas mineiras de cerveja artesanal

Em 2023, Minas Gerais é o terceiro estado com maior número de cervejarias no país. São aproximadamente 222 fábricas espalhadas pelo estado e mais de 6000 rótulos diferentes. Portanto, um desafio enorme fazer uma seleção de marcas mineiras de cerveja artesanal pro cê conhecer. A Bendizê buscou listar algumas das principais, sabendo que tem trem bão demais ainda aqui nas bandas de MG!

Brüder

Movidos por um interesse em comum pela alquimia da mistura dos ingredientes para produzir cerveja artesanal, os três irmãos fundadores da Brüder (que significa “irmão” em alemão), decidiram fazer o curso do mestre-cervejeiro Rafael Patrício (que acabou virando Patrício Brüder). A amizade entre eles deu origem à parceria que transformou o hobby em negócio. 

Instalada em Ipatinga, a Brüder colocou o Vale do Aço no mapa das cervejarias artesanais, criando uma relação de representatividade da região, e conquistando prêmios nacionais e internacionais. Um dos rótulos da cervejaria foi desenvolvido em parceria com o jornalista gastronômico Nenel, dono do perfil Baixa Gastronomia, se tornando sucesso de mercado. 

Krug Bier

Fundada em 1997 pelo mestre-cervejeiro austríaco Herwig Gangl, a Krug Bier foi a primeira cervejaria artesanal da história recente de Minas Gerais. A produção começou no bairro Belvedere e, com o crescimento da cervejaria, foi transferida em 2005 para o Jardim Canadá, em Nova Lima. Após o episódio da Backer em 2020, tornou-se a maior produtora de cerveja artesanal do estado. 

Läut Beer

A produção começou bem pequena, em 2016, quando o fundador Henrique Neves resolveu pegar as receitas que tinha na panelinha e produzia apenas para consumo pessoal e para amigos, montar uma estrutura e apresentar para mais gente. Como teve boa aceitação e foi crescendo, abriu a fábrica no Jardim Canadá, que já passou por várias expansões. Sem dúvidas, a Läut se tornou uma das queridinhas dos mineiros.

Wäls

A cervejaria artesanal mineira de maior destaque no cenário nacional começou como um pequeno negócio familiar em 1999. Foi, portanto, uma das marcas pioneiras nesse mercado, contribuindo para sua expansão e para a educação do público consumidor que ainda estava descobrindo uma nova maneira de degustar cerveja. Em 2015, a Wäls foi comprada pela Ambev, maior empresa de cervejas do mundo, com a promessa de que as receitas originais se mantivessem intactas. Conheça agora a história dos fundadores da Wäls e da K-Happy.

Uma das coisas que faz uma viagem ser única são as experiências locais. Portanto, quem vier a Minas Gerais não pode deixar de experimentar as cervejas artesanais mineiras para harmonizar com nossa incomparável culinária. Aproveite para conhecer também os vinhos mineiros e gins mineiros!

 

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