Arquitetura de BH: conheça os estilos arquitetônicos da capital mineira

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A Arquitetura de BH é projetada para ser uma “cidade do futuro”. O intuito era abandonar o passado colonial, representado pela antiga capital do estado, Ouro Preto, fazendo uma transição para o século XX de modo compatível com a República recém proclamada. Assim, o planejamento urbano foi feito por uma Comissão, liderada pelo engenheiro Aarão Reis, ignorando características do vilarejo que aqui existia, encobrindo aspectos do relevo, além de matas e rios, e prevendo uma malha geométrica rigorosa, o que demonstra uma tentativa de domínio da natureza pelo homem.

Na construção da nova capital mineira foram erguidos prédios modernos e cheios de detalhes, com estilos variados, inspirados inicialmente no Art Noveau e no Neoclássico. Ainda que tenha passado por algumas transições e fases arquitetônicas, BH mantém até os dias atuais um belo conjunto com exemplares de diferentes épocas, que contam sua história e encantam moradores e turistas.

Vamos então conhecer um pouco mais da história e dos estilos arquitetônicos de BH, com exemplos de prédios famosos da nossa capital mineira que pertencem a cada um desses estilos?

Eclético

Referências do Barroco, Neoclássico, Gótico e Clássico compõe o estilo Eclético, que marcou a reurbanização das grandes cidades brasileiras após a Revolução Industrial e teve grande importância , também na fundação de Belo Horizonte. Todos os prédios antigos da Praça da Liberdade, por exemplo, foram construídos nesse estilo, assim como o Automóvel Clube, a Serraria Souza Pinto, o Palácio da Justiça, o Minascentro, o Conservatório de Música, o Palacete Dantas e a Igreja São José. 

Algumas características que identificam edificações em estilo eclético são: fachadas decoradas com linhas, presença de muitos ornamentos, detalhes quadrados e retangulares, pilastras, paredes com cores diferentes e portas e janelas cheias de detalhes. Dentre as referências citadas que formam esse estilo, o mais presente na capital mineira é o Neoclássico

Art Déco

Esse famoso movimento artístico, que ganhou força nos anos 20, esteve fortemente ligado à consolidação de Belo Horizonte como “cidade futurística”, conforme mencionado no início. Além de remeter ao luxo, esse estilo era considerado ultra moderno e funcional, com forte apelo estético e marcando presença não só na arquitetura, mas também nos automóveis, nos objetos de decoração e na arte em geral. 

Cores chamativas, traços expressivos e abundância de formas geométricas são algumas das características do Art Déco, que está representado em prédios como: Cine Theatro Brasil, Palácio Cristo Rei, Cine Pathé, Minas Tênis Clube, Colégio Santo Agostinho, Santa Casa, Viaduto Santa Tereza, Edifício Acaiaca e nos desenhos da Praça Raul Soares.

Modernista

Esse estilo teve seu auge nos anos 50, sendo considerado revolucionário, rompendo com qualquer traço conservador — e serve de referência até hoje. De acordo com Le Corbusier, um dos mais importantes nomes da arquitetura moderna, 5 características a resumem: fachada livre, janelas em fita, pilotis, terraço jardim e planta livre. Assim, surgiram edificações com traços leves, bastante claridade ao substituir paredes por enormes janelas que vão do teto ao chão, rampas no lugar de escadas, curvas e retas em harmonia. 

É impossível falar em Modernismo e da história da arquitetura de BH sem fazer referência a Oscar Niemeyer. Foi aqui em nossa terrinha que o famoso arquiteto, responsável por projetar boa parte das edificações mais célebres da capital brasileira, concebeu suas primeiras obras de grande expressão, iniciando uma parceria que renderia muitos frutos. Na época em que Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte, nos anos 40, ele convidou Niemeyer para fazer o projeto do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 2016.

O intuito de JK, que já dava pistas de sua política desenvolvimentista, responsável pelas grandes obras em Brasília alguns anos depois, era modernizar o conjunto arquitetônico da capital mineira e transformar a região da Pampulha, onde já havia sido construído um lago artificial (isso mesmo, para quem não sabe, a Lagoa da Pampulha não se trata de uma formação natural), em um centro de lazer e turismo. Assim, surgiram a Casa Modernista, o Cassino (hoje Museu de Arte), o Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube) e a Igreja São Francisco de Assis, popularmente conhecida como Igrejinha da Pampulha.

Outros prédios modernistas de BH são: Palácio das Artes, Edifício JK, Faculdade de Direito da UFMG, Condomínio Solar, Edifício MAPE, Edifício Niemeyer, Edifício Maletta, Reitoria da UFMG, Banco Mineiro da Produção, Biblioteca Pública, Edifício Panorama, Edifício Montezuma e Conjunto IAPI. 

Temos, ainda, três construções remanescentes da “arquitetura rural” relativa ao período anterior à construção da cidade, sendo a mais importante delas o Museu Histórico Abílio Barreto, onde era o Casarão Sede da Antiga Fazenda do Leitão, na época em que essa região era conhecida como Curral Del Rei. As outras duas são a Casa da Fazendinha, na Barragem Santa Lúcia, e o Casarão do Centro de Referência da Memória de Venda Nova.

O site ARQBH reúne imagens das principais edificações da cidade, com informações sobre estilo, arquiteto responsável, ano de construção e nome do fotógrafo. 

Gostou de conhecer um pouco mais dos estilos arquitetônicos de BH? Se identificou mais com algum deles ou tem algum prédio favorito? Veja também 14 dicas de locais para tirar foto em BH!

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